Vida e morte andam juntas, ciclos iniciam e
terminam dando lugar a outros, a dor da perda de alguém que não está mais entre
nós ou algo acabou, por vezes é um sofrimento tão grande que a palavra luto é
pouco expressar.
A perda de um ente querido pode ter um efeito
devastador naqueles que ficam a estes cabe o papel de “deixar ir” a pessoa
falecida, de “seguir em frente”. O tempo se mostra como um aliado para
atravessar este difícil momento juntamente com o apoio e o convívio de amigos e
familiares.
Quando o
enlutado não consegue realizar estas ações pode-se cruzar a delicada linha
entre o uto e o luto patológico. Mais do que se concentrar apenas no tempo que
alguém vive o luto deve-se prestar atenção a atitude “de não deixar o falecido
partir”, “não conseguir abandonar algum sofrimento pela qual a pessoa passou ou
pode passar num além da vida, de acordo com a crença religiosa do enlutado. Passar
pelo luto é quase inevitável, pois ainda que alguém não passe pela perda de um
ente querido ou não conheça o falecido, provavelmente convive com alguém que
passará diretamente por esta experiência O importante é considerar que cada um
passará pelo processo a sua maneira.
Assim é importante considerar não só o impacto
que a perda tem em uma pessoa específica como também no sistema familiar.
O luto apresenta-se como um processo de
desvinculação das relações com o falecido, relações boas ou ruins, desvencilhar
destas relações muitas vezes se apresenta como um grande desafio.
Para atravessar o luto quatro passos se mostram
fundamentais de acordo com Worden, (1991).
Aceitar a perda;
Elaborar a dor perda;
Rearranjar o ambiente em que o falecido não
está presente;
Prosseguir com a vida, deixar o falecido ir.
Mas quando o luto acaba? Um bom sinal é quando a
pessoa consegue se lembrar do falecido som dor e direcionar suas energias nos
vivos.
Como auxílio para cumprir estas etapas pode-se lembrar
e celebrar a vida de quem partiu, suas marcas positivas enquanto esteve
presente. Lembrar do bem que sua presença fez nos que ficaram.
Referências:
Melo, A. R. P. Processo de luto: o inevitável
purcurso face a inevitabilidade da morte. https://www.integra.pt/textos/luto.pdf
Worden, J. (1991). Grief Counseling and Grief
Therapy. A Handbook for the Mental Health Practitioner (2 nd ed.) London: Routledge.